Uma carreira na Hotelaria… Pedro Salazar

A Ambitur tem vindo a conhecer melhor os profissionais que escolheram a Hotelaria para fazer a sua carreira. Desta vez falamos com Pedro Salazar, diretor geral do Hotel da Música, do Grupo Hoti Hotéis.

Nasceu no Porto, em maio de 1971, e foi aí que passou a sua infância, com muito espaço pois a casa tinha um quintal, o que fazia com que muitos amigos aí se reunissem às mais variadas horas do dia, até ao fim do liceu, e daí partissem também para outros locais. Pedro Salazar recorda que morava também perto do Estádio das Antas o que lhe permitia ir, a pé, ver os jogos do “seu” Futebol Clube do Porto, primeiro com o pai e o tio, mais tarde com os amigos.

Pedro optou por se formar em Gestão Hoteleira, pela Escola de Hotelaria e Turismo do Porto, tirando ainda uma pós-graduação em Hotel Management pelo Centro Internacional de Glion, uma graduação em Direção Hoteleira e MBA em Turismo pelo IPDT/ Universidade Fernando Pessoa. Explica que a arte do bem receber foi sempre muito importante para si e por isso, ao saber do curso da escola do Porto, que, lembra, era uma das instituições com melhor reputação na Europa, pareceu-lhe uma opção natural. Hoje não nega: “Ainda bem que o fiz”.

Como e quando iniciou a sua carreira na Hotelaria – quais os primeiros passos?

A minha carreira começou em 1990, na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto, onde tirei o curso de Gestão e Técnica Hoteleira. A parte prática foi sempre muito importante na EHTP, daí fazermos diversos estágios, quer de fim de semana, quer de verão, em unidades hoteleiras de referência, também sempre que possível participava em eventos e banquetes como “extra”. A nível profissional, comecei como assistente de Direção na Estalagem Quinta S. Salvador, que se dedicava essencialmente a eventos. Passei depois por unidades de restauração tradicional e fast food, até voltar ao local de partida em 1996 onde cheguei a diretor. Em 1999, entrei no antigo Holiday Inn Porto como assistente de Direção, e nunca mais abandonei a hotelaria tradicional.

O que o apaixona no setor hoteleiro e ainda hoje o faz continuar a querer estar nesta indústria?

O que sempre me apaixonou na hotelaria foi o gosto por receber bem. Sempre gostei de receber pessoas e de lhes proporcionar boas experiências. Ainda hoje, sempre que fazemos qualquer evento diferente do habitual, o que me dá mais gosto é sentir que as pessoas se sentem bem tratadas. Também falando com os hóspedes, sempre que vejo que eles se sentiram especiais, fico com aquela sensação de dever cumprido que não tem preço.

A chegada ao atual grupo deu-se quando e como?

A chegada à Hoti Hoteis deu-se em 2005, eu estava como diretor comercial do Hotel Meliá Gaia Porto, e abriu uma vaga para diretor geral do Hotel Tryp Porto Expo (que na altura era uma das marcas do portfólio da Meliá). Após uma conversa com o Dr. Manuel Proença, chegámos rapidamente a um entendimento e, após 18 anos, continuo com muito orgulho neste grupo. Saliento também que, desde 2017, dou aulas na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto aos cursos de Alojamento, onde tento transmitir a minha Paixão pela Hotelaria.

E qual tem sido o seu percurso dentro deste grupo hoteleiro até aos dias de hoje?

Comecei, como disse, no Hotel Tryp Porto Expo como diretor geral, fui diretor regional de Marketing e Vendas da Zona Norte da Hoti Hotéis e após três anos voltei para as operações como diretor geral dos Hotéis Tryp Porto Expo e Porto Centro; fui ainda diretor do Hotel Star Inn Porto antes de assumir a direção do Hotel da Música, em setembro de 2021.

Como define as suas funções dentro do grupo atualmente? E que tipo de gestão procura fazer em termos de equipa?

Atualmente sou diretor geral de uma das unidades hoteleiras da Hoti, que tem um plano de formação de quadros em que temos grupos de trabalho a nível de Direção sobre vários temas do Grupo com vista a uma melhoria constante nas mais variadas vertentes.

Quais os momentos que o marcaram mais ao longo do seu percurso profissional – os mais positivos, que mais contribuíram para o seu progresso profissional; e os menos positivos, que mais dificultaram a sua tarefa?

Os positivos, eu diria que sempre que mudei de hotel e / ou de funções. A mudança dá-me sempre um alento novo, uma motivação extra para trabalhar melhor, a hipótese de colocar o meu cunho pessoal no desenvolvimento de um hotel ou de um departamento. Felizmente, ao longo dos anos, tenho tido a oportunidade de mudar e sempre dentro do mesmo grupo, o que me deixa muito contente.

O momento mais difícil foi, sem sombra de dúvida, a pandemia em 2020. Para além de todo drama humano que assolou o planeta e que mudou toda a nossa vida, os nossos paradigmas, as nossas certezas, também profissionalmente foi a pior fase de sempre. Toda a incerteza que gerou, ver os hóspedes a fugir, os hotéis, restaurantes, aeroportos a fechar, o perdemos a capacidade de gerir o nosso destino, sentirmo-nos impotentes apenas à espera de melhores dias. Parece que foi outra vida que tivemos, e que não tinha nada a ver com a de hoje.

Quais os principais desafios que profissionalmente tem pela frente este ano?

Este ano é um ano de consolidação, depois da retoma de 2022. Continuamos com números bastante positivos, e o principal desafio é melhorar sempre a qualidade de serviço e a perceção dos clientes da mesma. A concorrência continua a crescer em quantidade e qualidade, pelo que não podemos estagnar, temos de inovar, de fazer melhor, de surpreender constantemente.