Ryanair prevê chegar aos 15 milhões de passageiros anuais até 2027 e criar mais de 600 novos empregos

Eddie Wilson

Os responsáveis da Ryanair estiveram hoje em Lisboa para apresentar um relatório independente realizado pela PwC sobre o contributo da companhia aérea para a economia e sociedade portuguesas. Michael o’Leary, presidente do Grupo Ryanair, e Eddie Wilson, CEO da low cost, recordaram que em quase 20 anos de presença em Portugal, a transportadora tem crescido a um ritmo muito acelerado, indicando que, em termos cumulativos, é a companhia área internacional que mais passageiros transportou em Portugal desde 2011, mais de 67 milhões. Dados que também são confirmados no estudo da consultora, que aponta apenas a TAP, com 124 milhões, a superar a low cost entre 2011 e 2020. Desde 2003, a Ryanair transportou já mais de 65 milhões de passageiros internacionais, com destaque para os mercados britânico (27%), alemão (17%) e francês (15%). Mas também nos voos domésticos a transportadora desempenha um papel importante, lembram, com mais de 5,1 milhões de passageiros neste período, sendo uma vez mais a primeira companhia internacional no número de passageiros domésticos.

Michael O´Leary acredita que, com as cinco bases que tem em Portugal, operando a partir de seis aeroportos nacionais, a Ryanair – que em 2023 irá transportar mais de 11 milhões de passageiros, e teve já “a maior recuperação pós-Covid” face a outras companhias aéreas, com um crescimento de 13% no verão de 2022, em Portugal – irá atingir os 15 milhões de passageiros de/para Portugal, por ano, até 2027, um aumento de 36%. A aposta passa também por criar mais de 600 novos postos de trabalho para pilotos, tripulação de cabine, engenheiros e profissionais de TI no nosso país nos próximos cinco anos.

Rita Marques

De acordo com o estudo da PwC, a atividade empresarial da Ryanair contribui com 244 milhões de euros por ano no PIB nacional (dados de 2019). Em termos de emprego, a companhia tem um contributo anual direto de 842 trabalhadores equivalentes a tempo inteiro em Portugal. Se juntarmos a estes, o emprego indireto e induzido, o impacto total no emprego ascende a 3.423 empregos a tempo inteiro.

Além disso, a companhia low cost foi responsável pela chegada a Portugal de 3,73 milhões de turistas estrangeiros todos os anos, distribuídos por quatro regiões, além dos 172.802 turistas que vivem em Portugal e viajam em voos domésticos, avança a consultora. Pode verificar-se que o contributo para o turismo em Portugal é especialmente evidente no que se refere ao número de visitantes do Reino Unido (63%), Alemanha (58%) e França (42%), bem como da Irlanda (96%) e Itália (90%), em termos de quota de mercado.

Carlos Moedas

Por outro lado, os mais de 3,9 milhões de turistas que chegam a Portugal com a Ryanair gastam mais de 2109 milhões de euros, por ano, sobretudo nos setores da restauração (921 milhões de euros), hotelaria (792 milhões), lazer e retalho. Os turistas internacionais gastam em média 558 euros por viagem. Os gastos dos turistas que voam com a Ryanair geram, segundo a PwC, um contributo de 2.033 milhões de euros em termos de PIB, o equivalente a 1% do PIB de Portugal. Em termos de emprego, os passageiros da Ryanair para Portugal contribuem com cerca de 77.275 empregos a tempo inteiro, ou seja, 1,7% do emprego a tempo inteiro em Portugal.

No geral, o impacto anual total da Ryanair em termos de PIB, em 2019, incluindo empresas e turismo, ascende a 2.280 milhões de euros, revela o estudo. No período de 2003 a 2020, o impacto total da Ryanair no PIB português terá sido de 15,19 mil milhões de euros, dos quais 1,67 mil milhões dizem respeito ao impacto empresarial da Ryanair e 13,52 mil milhões ao impacto dos turistas que voaram na companhia aérea.

Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, esteve presente na apresentação deste estudo da PwC e fez questão de sublinhar o “grande contributo” da Ryanair para Portugal e o setor do turismo, adiantando que a previsão é chegar ao final de 2022 com os números registados em 2019.

Por sua vez, Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, elogiou a low cost pelo facto de ser “historicamente uma das empresas mais inovadoras”. O autarca disse mesmo que a Ryanair fez “mais do que números, trouxe capacidade para a nova geração viajar, democratizou as viagens”. Moedas não deixou de recordar que tem como meta criar uma Fábrica de Unicórnios na capital, colocando Lisboa como capital da inovação da Europa. E adiantou que a Ryanair é uma nova parceria para este projeto.

Por Inês Gromicho