“Queremos e podemos crescer em Portugal mas estamos restringidos”

Michael O’Leary, o CEO da Ryanair, esteve hoje em Lisboa para uma conferência de imprensa onde apresentou as novas rotas para o verão de 2016. Actualmente o número dois em termos de quota de mercado nacional, a seguir à TAP, a companhia aérea low-cost afirma ter “asas” para continuar a crescer em Portugal e que “não falta muito para ultrapassarmos a TAP”.
O responsável acusa os franceses da Vinci, actual responsável pela gestão dos aeroportos portugueses, de estarem a restringir o crescimento na Portela, limitando o número de movimentos a 40 por hora, bem como a capacidade de aviões e da introdução de descontos nas rotas. “Lisboa pode e deve crescer mais fortemente”, avisa Michael O’Leary, e acrescenta que “não há justificação para que o número de movimentos seja artificialmente reduzido”. Aliás, o empresário vai mais longe, e acusa a Vinci de “não querer crescimento no aeroporto de Lisboa” e de querer evitar a concorrência. Para o responsável, se avançar a opção do Montijo, a sua gestão deverá ser entregue “a outros que não a Vinci, pois precisamos de concorrência”.
Mas lembra também que “ninguém está a querer tomar decisões”, referindo-se ao Governo e às infra-estruturas da Portela ou do Montijo. Espera que com um novo Governo, e passado o período eleitoral, que sejam tomadas decisões importantes. “Queríamos servir a Terceira a partir de Lisboa, mas o Governo rejeitou-nos, não quis tomar uma decisão”, exemplifica o CEO da Ryanair.