Quadrante: “Fecharemos 2023 com um dos melhores resultados nestes 28 anos”

Jorge de Andrade, administrador do Quadrante, mostra-se otimista ao efetuar um balanço de 2023, acreditando que “fecharemos com um dos melhores resultados, nestes 28 anos de existência”.

Para este excelente resultado contribuíram várias regiões. No continente asiático, por exemplo, o operador turístico aproximou-se dos valores de venda pré-pandemia. Tendo sido a Ásia sempre uma das grandes apostas da operação do Quadrante, o responsável não esconde que isso “nos deixa satisfeitos” mas também “conscientes que há que criar desafios naquela zona, renovar”.

Já África e América do Norte mantiveram-se estáveis mas o empresário explica que os portugueses não mantiveram muito interesse pela América Latina ao longo de 2023.

Sem surpresa, o Médio Oriente, juntamente com a Oceânia, deverão ser os valores mais baixos da operação. Enquanto que o Índico “continua a ser a menina da operação Quadrante”, explica.

Para o Fim do Ano, a oferta do operador turístico está já praticamente fechada e, adianta Jorge de Andrade, o que se pode encontrar apresenta preços “muito difíceis de comercializar no mercado português”.

O ano de 2024 promete “novos desafios” dentro do Quadrante que, para já, não podem ainda ser revelados. O administrador recorda, no entanto, que o operador turístico tem feito desde sempre um investimento muito grande na inspeção dos seus destinos. “Era imperioso atualizarmos informação e, sempre que possível, estudarmos novos desafios”, argumenta. A par deste trabalho, o Quadrante está num momento de investimento na atualização da formação da equipa e formação dos novos elementos, conclui.

Os desafios do setor

Numa análise ao setor, Jorge de Andrade admite que para o outgoing, e não só, são muitos os desafios e “deveras preocupantes”. E aponta como principal: “Não há governo com planos ou estratégias. Governa-se para o imediato”. Para o gestor, “estamos sem ambições nacionais, a médio ou longo prazo”. Além disso, a inexistência de “políticas corajosas” de combate à inflação “arruína o poder de compra dos portugueses”, remata, diminuindo a classe média e abrindo um “fosso abismal” entre os muito ricos e os pobres. Esta situação “obriga-nos (empresários) a ser criativos e a enfrentar o dia-a-dia sem a tranquilidade necessária para os investimentos mais arrojados”, lamenta, não hesitando em descrever que “é o país dos poucochinhos”.

Outro desafio apontado por Jorge de Andrade para os que estão envolvidos na operação é a priorização do ambiente. “Mais do que nunca, temos de privilegiar no completo a sustentabilidade, no completo e extenso significado da palavra”, defende.

Quanto a tendências de destinos, Jorge de Andrade frisa que o Quadrante “nunca viaja ao sabor das modas”. No entanto, lembra a aposta que o Médio Oriente tem vindo a fazer no turismo.

Por Inês Gromicho. Publicado na edição 345 da Ambitur.