“Não estamos à procura de recordes, é importante garantirmos um ano bom e não mais um recorde”
Foi desta maneira que Luís Rodrigues, CEO da TAP, resumiu o que a companhia aérea portuguesa pretende a nível de resultados, quer seja para 2024, como para o próximo ano. A transportadora esteve ontem reunida com a imprensa, no seu tradicional almoço de Natal, evitando fazer grandes balanços ou previsões. Contudo, o gestor não deixou de afirmar que 2024 está a ser “um ano muito positivo”.
“Trabalhamos com o objetivo de ter mais um ano de lucro para a TAP”
Quando questionado sobre se depois dos resultados positivos em 2022 e 2023, e ao que tudo indica, em 2024, se o mesmo acontecerá em 2025, Luís Rodrigues afirmou simplesmente: “Trabalhamos com o objetivo de ter mais um ano de lucro para a TAP”. Mas fez questão de frisar que “não estamos à procura de recordes”, acrescentando que “é importante garantirmos um ano bom e não mais um recorde”.
Sobre a privatização, pouco foi adiantado, referindo apenas que a TAP “está preparada para o que o acionista bem entender”, para depois dizer ainda que para os potenciais compradores “a maior garantia que podemos dar é o empenho de toda a equipa que aqui está”.
Luís Rodrigues salientou igualmente os vários desafios que a companhia aérea que lidera, e todo o setor, têm pela frente. Desde logo começando pela instabilidade geopolítica e meteorológica, dando como exemplos destinos como Telavive, Valência, Porto Alegre ou, mais recentemente, Maputo. Esta situação de incerteza acaba por trazer condicionamentos a três níveis, segundo o responsável. Por um lado, uma ansiedade na procura, mas também um condicionamento da oferta e, por fim, a nível da cadeia de abastecimento. Elementos que criam “dificuldades na gestão do negócio”, aponta.
o custo de fazer negócio está-se a tornar cada vez mais insuportável”
Um segundo grande desafio prende-se com o contexto de pressão regulatória e os novos desenvolvimentos tecnológicos, o que leva o CEO da TAP a dizer que “o custo de fazer negócio está-se a tornar cada vez mais insuportável”.
Em terceiro lugar, o gestor indica que a infraestrutura também é um desafio, não se referindo aqui unicamente ao constrangimento do Aeroporto de Lisboa mas aos aeroportos por toda a Europa, de uma forma global. “O número de regras é cada vez mais maior e a gestão do espaço aéreo na Europa está muito difícil”, resumiu, exemplificando com os milhares de atrasos em voos este verão.
Claro que o desafio da mão de obra qualificada continua a estar presente e Luís Rodrigues abordou ainda a questão da sustentabilidade, lembrando que o custo do combustível sustentável é “três ou quatro vezes maior do que o normal”.
“Estamos no bom caminho e preparados para enfrentar os desafios que temos pela frente”
De resto, o responsável salientou o retorno positivo do trabalho que a sua equipa tem feito a nível operacional, garantindo que o feedback dos mercados também tem sido bom. “Estamos no bom caminho e preparados para enfrentar os desafios que temos pela frente”, assegurou.
Por Inês Gromicho