Marca Portugal está “muito alavancada no setor do turismo e nas soft skills”
Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, aproveitou a apresentação da nova campanha nacional e internacional ontem, em Arouca, para dar a conhecer o Brand Asset Valuator (BAV). Trata-se de um estudo produzido pela Young and Rubicam e cuja última edição diz respeito a 2019 (anteriormente foi divulgado em 2010 e 2015), debruçando-se nos nove principais mercados emissores de turistas e que mais relação têm com Portugal, nomeadamente, Espanha, Reino unido, França, Alemanha, Itália, EUA, China e Portugal. O objetivo do estudo foi avaliar a marca Portugal. “Quisemos saber o que pensam de nós para poder responder melhor àquilo que é a nossa procura”, sublinhou o responsável.
Luís Araújo recorda que, em 2019, Portugal registou um ano recorde ao nível do turismo, com 27 milhões de hóspedes e um crescimento de 60% nas receitas turísticas. O grande objetivo foi a diversificação de mercados, a desconcentração por todo o território nacional e ao longo de todo o ano, explica. E recorda que Portugal é o 12o país mais competitivo do mundo. 2020 trouxe desafios e por isso o lançamento recente do plano Reativar o Turismo/ Construir o Futuro. “Queremos acelerar agora, e recuperar o 2020 perdido mas queremos também preparar o futuro”, fez questão de afirmar.
Por isso o presidente do Turismo de Portugal quis apresentar os resultados do BAV e mostrar a saúde da marca, o poder da marca e os atributos que contribuem para esta imagem.
Ao longo de 10 anos Portugal cresceu sob quatro pilares e de forma equilibrada, sustenta Luís Araújo: Relevância, Conhecimento, Diferenciação e Estima. “Estes quatro pilares transmitem a força e a estatura da marca e da imagem de Portugal”, explicita. E diz que se poder ver “uma marca muito alavancada no setor do turismo, nos soft skills, que reconhece o impulso que este setor deu ao país mas que também tem um efeito de arrasto enorme a todo o resto da atividade económica”, esclarece.
Em 2019, a marca Portugal estava numa posição de liderança na generalidade dos mercados, com um forte poder de atração e era valorizada, tendo ainda grande capacidade de progressão. “Esta saúde da marca, a capacidade de outros mercado aderirem à marca, que tem este equilíbrio entre a diferenciação, a relevância, a estima e o conhecimento, potenciam a valorização da marca”, indica o responsável. A esta saúde da marca junta-se o poder que ela tem, ou seja, a capacidade de converter em venda.
Tendo em conta os principais mercados para Portugal, podemos ver que Espanha “continua a manter-nos numa posição de liderança mas com uma estima crescente e um conhecimento menor”. O que significa que “Espanha olhar para Portugal pensando que já não conhece este país, mas é uma surpresa positiva, que significa muito”, justifica.
Já no Reino Unido verifica-se uma “evolução mais expressiva”, com a transformação da perceção do mercado britânico relativamente a Portugal. E isso explica, recorda Luís Araújo, o facto de o Reino Unido ter descoberto outras regiões do país, como o Porto e Norte, o Centro e os Açores, aquelas que mais cresceram neste mercado.
Quanto à Alemanha, evidencia a mesma evolução, continuando Portugal numa posição de liderança, sendo que o representante do Turismo de Portugal acredita que há aqui uma componente do turismo de natureza, do cycling e do walking.
Por fim França, com “grandes oportunidades e potencial para melhorar”, diz o responsável, quer a nível do conhecimento como, sobretudo, da estima por Portugal. “Mas há uma evolução muito positiva, acredito que muito em breve entraremos na zona da liderança.
Já no que se refere a Portugal, o estudo BAV demonstra uma valorização da marca em todos os campos, nomeadamente a nível da diferenciação e da relevância. “Foi graças a isto que o turismo nacional respondeu tão bem em 2020”, adianta.
Os atributos representados neste estudo representam a força da marca, e variam consoante os mercados, mas são muito focados nas soft skills, na inovação, na capacidade de lidar com o outro, “algo que o turismo em Portugal tem sabido aproveitar”, diz Luís Araújo, pois “o nosso propósito é receber bem e respeitar as diferenças”.
A marca Portugal surge pois com capacidade de gerar um nível superior de consideração e de valor, associada a soft skills, e onde “o turismo tem sido claramente o motor desta transformação”.