Mama Shelter Lisboa quer aumentar oferta MICE em 2024

Num encontro com a imprensa esta quarta-feira, 13 de setembro, a diretora-geral do Mama Shelter Lisboa, Cristina Cavaco, revelou que os resultados de 2023, até ao momento, estão melhores do que 2022 (primeiro ano de atividade).

Até agosto deste ano, a taxa de ocupação média foi de 76%, sendo que no oitavo mês, especificamente, a ocupação rondou os 90%. Além disso, a parte de alojamento, até agora, rendeu 4 milhões de euros, ultrapassando o valor total do ano passado de 3,5 milhões.

A responsável justificou isto com um “peso do alojamento mais equilibrado, sobretudo por causa do preço médio em Lisboa, que aumentou” – sendo que Mama Lisboa fechou agosto no preço médio de 131 euros. No ano passado, o alojamento rondava o preço dos 115 euros, e este ano há uma subida representativa com 135 euros.

A nível de faturação geral, a unidade, até agosto de 2023, está nos 6,3 milhões de euros (4 milhões – alojamento; 2,3 milhões – F&B), enquanto no período total de 2022 faturou 7,5 milhões.

Todavia, poderá haver a tendência do F&B ultrapassar o alojamento, como aconteceu no ano passado, por causa dos eventos, a partir de setembro. O peso de F&B em 2022 foi de 60%, enquanto o alojamento ficou nos 40%. Para este ano, a previsão é de que a faturação feche o F&B nos 56% e o alojamento nos 44%. Para 2024, o Mama Shelter Lisboa espera um aumento de 4% em F&B e de 4,5 a 5% em alojamento.

Ao nível do mercado, em geral, 50% é cliente nacional, 35% francês, 5% americano e o resto é distribuído por outros mercados europeus. A aposta agora será o mercado americano, “que tem muito poder de compra, a par do brasileiro”.

Em relação à faixa etária do cliente, são necessariamente pessoas entre os 30 a 50 anos: “não temos uma camada muito jovem porque não somos um produto barato e não é o nosso público-alvo”, admite Cristina Cavaco, “é sempre uma faixa etária com algum poder de compra”.

Segmento MICE “é para onde o Mama Lisboa quer ir”

A visão do Mama Shelter Lisboa está bem delineada, foi a garantia que a responsável deixou à imprensa, ao contar que a área de ação que terá mais investimento será a oferta MICE da unidade – que em 2024 poderá arrancar em pleno, caso se fechem as atuais negociações que decorrem para a aquisição de um espaço dedicado a eventos, com capacidade para mais de 100 pessoas, e que ficará nas redondezas do hotel.

E para se lançar neste sentido, o Mama Lisboa está a percorrer várias feiras internacionais, entre elas a TTG em Itália, a SET em Nova Orleães, a BTL 2024, a Proud Experiences em Los Angeles, a Sales Mission em Barcelona, a ILTM em São Paulo e o Leisure Luxury Lifestyle Roadshow.

Para 2024, fica o desejo de crescimento com novos eventos, alterações de menus, mais lançamentos de marcas, até porque “o terceiro ano será um ano de consolidação de resultados e será o princípio de um novo ciclo, especialmente se já tiver as salas de reuniões a operar”.

A par disto, o Mama Lisboa tentará reduzir o outsource e apostar em pessoas que integrem diretamente a sua equipa, apesar da dificuldade em contratar, nomeadamente na área de F&B: “tentamos pagar acima do salário mínimo e em 2024 o que está orçamentado é pagar acima”.

Atualmente, o salário de entrada é cerca de 800 euros mais subsídio de alimentação, mas no próximo ano a estimativa é aumentar 4%, na tentativa de valorizar o colaborador – já depois deste ano ter introduzido outros benefícios como melhor seguro de saúde, pagamento do passe de transporte, ajudas na deslocação (ex: combustível) e aumento do subsídio de alimentação.

Sustentabilidade vs desperdício

Por último, o Mama Lisboa quer continuar a lutar por uma política zero plástico, sendo que nos quartos já não o usa, mas em 2024 o objetivo passará por eliminar todo este material da unidade, “apesar de ser difícil em áreas como a cozinha”.

Ademais, será para manter a tentativa de zero desperdício alimentar, com redução do food base em 25% e na manutenção de parcerias com empresas como a Too Good To Go.

Ao nível da inclusão, a unidade quer trabalhar ainda mais com promotores locais e associações, e garantir mais inserção social, mais inserção no trabalho, em todas as áreas de ação: “queremos ser uma marca conhecida como boa empregadora, fazer em Lisboa um ponto de referência e ser mesmo uma referência para os outros Mama”.

Por Diana Fonseca