INE: Viagens turísticas de residentes com destino ao estrangeiro registaram máximo histórico em 2023

No 4º trimestre de 2023, os residentes em Portugal realizaram 5,1 milhões de viagens, o que correspondeu a um acréscimo de 2,9% face a igual período de 2022 (+0,7% no 3ºT 2023), segundo os dados divulgados na passada sexta-feira pelo INE. O número de deslocações continuou abaixo dos níveis do 4ºT 2019 (-6,8%), período em que se realizaram 5,5 milhões de viagens. O número de viagens aumentou nos meses de outubro e dezembro (+2,1% e +8,5%, respetivamente), tendo registado um decréscimo em novembro (-6,2%). Face aos mesmos meses de 2019, verificaram-se variações de -10,1% em outubro, -18,6% em novembro e +2,3% em dezembro.

No 4º trimestre de 2023, as viagens em território nacional corresponderam a 86,7% das deslocações efetuadas (85,2% no 3ºT 2023; 88,5% no 4ºT 2019) e cresceram 1,5% face ao mesmo período de 2022 ( -3,1% no 3ºT 2023; -8,7% comparando com o 4ºT 2019). Numa análise mensal, registaram-se crescimentos de 2,5% em outubro e 7,1% em dezembro, e um decréscimo de 9,1% em novembro.

As viagens ao estrangeiro representaram 13,3% do total no último trimestre do ano (+1,2 p.p. face ao 4ºT 2022 e +1,8 p.p. comparando com o 4ºT 2019) e cresceram 12,9%, totalizando 683,6 mil viagens (+30,3% no 3ºT 2023; +8,0% face ao 4ºT 2019). Numa análise mensal, apenas se verificou um ligeiro decréscimo das viagens dos residentes ao estrangeiro em outubro (-0,1%), tendo aumentado em novembro e dezembro (+15,7% e +19,1%, respetivamente).

Na totalidade do ano de 2023 (resultados provisórios), realizaram-se 23,7 milhões de viagens, o que representa um aumento de 4,6% face a 2022 (-3,2% face a 2019).

As viagens nacionais aumentaram 2,4% e as viagens ao estrangeiro cresceram 21,5%, atingindo um máximo histórico.

Viagens por motivos “profissionais ou de negócios” registaram o maior decréscimo face ao período pré-pandemia

A “visita a familiares ou amigos” foi a principal motivação para viajar no 4º trimestre de 2023, totalizando 2,6 milhões de viagens (+11,5%; -5,6% face ao 4ºT 2019), tendo estado na origem de cerca de metade do total de viagens (50,7%, +3,9 p.p. face ao 4ºT 2022). O motivo “lazer, recreio ou férias” esteve associado a 1,9 milhões de viagens realizadas (-3,2%), o que representou 36,1% do total (-2,3 p.p. face ao 4ºT 2022). Este foi o único motivo que registou uma variação positiva no 4ºT 2023, face ao mesmo período de 2019, ainda que ligeira (+0,5%). As viagens por motivos “profissionais ou de negócios” (446,2 mil), que corresponderam a 8,7% do total (-0,2 p.p.), aumentaram 1,0% (-13,8% face a 2019).

Considerando as viagens realizadas no total do ano de 2023, o principal motivo para viajar foi o “lazer, recreio ou férias” (50,1%), correspondendo a 11,9 milhões de viagens (+4,1% face a 2022; -2,0% comparando com 2019). A “visita a familiares ou amigos” foi o segundo principal motivo para viajar, originando 38,2% das viagens (9,0 milhões de viagens, +5,6% face a 2022; -2,1% comparando com 2019). Os motivos “profissionais ou de negócios” representaram 7,2% do total (1,7 milhões de viagens), tendo aumentado 4,9% face a 2022. Foi nas viagens por este motivo que se registou o maior decréscimo face ao período pré-pandemia (-15,5%).

Mais de metade das viagens ao estrangeiro no 4ºT 2023 foram por motivos de “lazer, recreio ou férias”

No 4º trimestre de 2023, o motivo “visita a familiares ou amigos” esteve na origem de mais de metade das viagens nacionais (2,4 milhões; peso de 54,7%), tendo sido o segundo principal motivo das viagens ao estrangeiro (169,8 mil viagens; peso de 24,8%). O “lazer, recreio ou férias” foi o principal motivo das deslocações ao estrangeiro (390,7 mil viagens; peso de 57,2%) e o segundo motivo nas viagens em território nacional (1,5 milhões de viagens; peso de 32,9%).

No total do ano de 2023, as viagens nacionais cresceram 2,4% (-4,3% face a 2019), representando 86,4% do total (-1,9 p.p.), a maioria para “lazer, recreio ou férias” (peso de 47,2%, -1,1 p.p.). As viagens ao estrangeiro aumentaram 21,5% (+4,1% comparando com 2019), tendo sido também o motivo “lazer, recreio ou férias” que esteve associado à realização de mais viagens (peso de 68,2%; +3,1 p.p.).

Norte reforçou a 2ª posição como principal destino das viagens nacionais no total do ano 2023

Na totalidade do ano de 2023, a região Centro manteve a 1ª posição como principal destino das viagens realizadas em território nacional, concentrando 29,8% do total (-0,5 p.p. face a 2022), seguindo-se a região Norte (23,7% do total), que ganhou representatividade face ao ano anterior (+2,4 p.p.).

Viagens dentro da União Europeia representaram 79% do total de viagens ao estrangeiro

No total do ano 2023, Espanha, França e Itália ocuparam novamente as 1ª, 2ª e 3ª posições como principais destinos nas deslocações ao estrangeiro com quotas de, respetivamente, 41,6% (+3,2 p.p.), 10,1% (-0,7 p.p.) e 6,9% (+0,2 p.p.) das viagens. Entre as viagens realizadas ao estrangeiro, as que tiveram como destino o conjunto dos países da União Europeia aumentaram 22,0%, tendo representado 79,0% do total (+0,3 p.p.).

Recurso à internet na organização de viagens continuou a ganhar expressão, no 4º trimestre, principalmente nas deslocações ao estrangeiro

No 4º trimestre de 2023, 35,3% das viagens foram efetuadas recorrendo à marcação prévia de serviços (+2,2 p.p.), tendo atingido 92,4% (+1,2 p.p.) no caso de deslocações com destino ao estrangeiro. A reserva antecipada de serviços esteve associada a 26,5% das viagens em território nacional (+1,4 p.p.).

A internet foi utilizada no processo de organização de 24,7% das deslocações (+2,1 p.p.), tendo este recurso sido opção em 72,9% (+3,6 p.p.) das viagens para o estrangeiro e 17,3% (+1,1 p.p.) das viagens em território nacional.

No total do ano 2023, em 38,9% do total das viagens (+1,6 p.p. face a 2022), os residentes optaram por recorrer a serviços de marcação prévia, sendo que nas viagens ao estrangeiro esta foi a opção em 92,2% (-0,9 p.p.) das situações. O recurso à internet ocorreu em 25,7% (+0,5 p.p.) das viagens, 19,2% nas que tiveram como destino Portugal (-0,2 p.p.) e 66,9% nas viagens ao estrangeiro (-1,8 p.p.).

“Alojamento particular gratuito” reforçou a sua expressão nas viagens com dormida

O “alojamento particular gratuito” reforçou a sua posição como a principal opção de alojamento nas viagens dos residentes (73,1% das dormidas) no 4ºT 2023, tendo aumentado o seu peso no total (+3,4 p.p.; -0,5 p.p. face ao 4ºT 2019). Os “hotéis e similares” foram a segunda principal opção de alojamento, concentrando 19,7% das dormidas (3,3 milhões). Este tipo de alojamento representou 46,2% das dormidas em viagens por “motivos profissionais ou de negócios” e 37,5% das viagens motivadas por “lazer, recreio ou férias”.

No ano 2023, as dormidas em “alojamento particular gratuito” corresponderam a 61,3% (61,1% em 2022) e aumentaram 2,3% (-2,6% face a 2019). Os “hotéis e similares” concentraram 23,6% do total das dormidas, enquanto o alojamento “particular pago” representou 11,0% do total.

Diminuição da duração média das viagens

No 4º trimestre de 2023, cada viagem teve uma duração média de 3,29 noites (3,30 no 4ºT 2022; 3,15 no 4ºT 2019). A duração média mais baixa foi registada no mês de novembro (2,95 noites), enquanto a mais elevada ocorreu em dezembro (3,51 noites).

No total do ano 2023, cada viagem teve uma duração média de 4,08 noites (4,18 noites em 2022 e 4,05 em 2019).

Aumento da proporção de turistas residentes no trimestre, mas abaixo dos níveis de 2019

No 4º trimestre de 2023, 21,9% dos residentes realizaram pelo menos uma deslocação turística, refletindo um acréscimo de 1,6 p.p. face ao mesmo período do ano anterior (22,2% no 4ºT 2019). Numa análise mensal, foi mantido o nível da proporção de residentes que viajou face ao mês homólogo em outubro, enquanto em novembro esta proporção diminuiu ligeiramente (-0,5 p.p.), tendo-se registado um aumento em dezembro (+1,2 p.p.). Em comparação com os mesmos meses de 2019, as variações observadas foram de -0,8 p.p. em outubro, -1,7 p.p. em novembro e +0,1 p.p. em dezembro.