INE: Alojamento Turístico registou 4,1 milhões de dormidas em novembro
O setor do alojamento turístico registou 1,8 milhões de hóspedes e 4,1 milhões de dormidas em novembro de 2019, correspondendo a variações de +12,5% e +7,2%, respetivamente (+5,2% e +1,8% em outubro, pela mesma ordem), revelam os dados divulgados esta quarta-feira pelo INE relativos ao mês de novembro de 2019. Relativamente às dormidas de residentes, os dados indicam um crescimento de 14,1% e as de não residentes aumentaram 4,2%. Segundo os mesmos dados, as dormidas na hotelaria (83,1% do total) aumentaram 5,2%, nos estabelecimentos de alojamento local (peso de 14,8% no total) cresceram 18,0% e as de turismo no espaço rural e de habitação (quota de 2,1%) aumentaram 21,0%.
Em novembro de 2019, a estada média (2,32 noites) reduziu 4,7% (-1,0% no caso dos residentes e -5,6% no de não residentes). A taxa líquida de ocupação (35,2%) aumentou 0,2 p.p. (-1,3 p.p. em outubro). Os proveitos totais aumentaram 10,2% (+5,8% em outubro), atingindo 229,6 milhões de euros. Os proveitos de aposento fixaram-se em 164,8 milhões de euros, crescendo 9,3% (+6,5% no mês anterior). O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) aumentou 2,7% para 32,0 euros (+1,9% no mês anterior). O rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 71,0 euros aumentando 1,4% (+2,5% no mês anterior).
Mercado interno com aumento significativo
Em novembro, o mercado interno contribuiu com 1,3 milhões de dormidas, o que representou um crescimento de 14,1% (-0,8 em outubro). As dormidas dos mercados externos (peso de 68,0% em novembro) cresceram 4,2% (+2,6% em outubro) e atingiram 2,8 milhões. Nos primeiros onze meses do ano, as dormidas aumentaram 3,9%, com contributos positivos quer dos residentes (+6,3%), quer dos não residentes (+3,0%).
Mercados chinês, norte-americano e canadiano com crescimentos expressivos
Com base nos resultados de dormidas em 2018, os dezasseis principais mercados emissores representaram 83,3% das dormidas de não residentes nos estabelecimentos de alojamento turístico em novembro.
O mercado britânico (16,0% do total das dormidas de não residentes) registou um aumento de 4,1% em novembro. No conjunto dos onze primeiros meses do ano, este mercado cresceu 1,3%. Já as dormidas de hóspedes alemães (13,1% do total) diminuíram 6,8% em novembro, evolução semelhante à registada quando considerado o período de janeiro a novembro (-6,9%). O mercado espanhol (10,3% do total) cresceu 4,7% em novembro. Desde o início do ano, este mercado aumentou 6,4%. As dormidas de hóspedes brasileiros (7,7% do total) registaram um crescimento de 9,1% em novembro. No conjunto dos primeiros onze meses do ano, este mercado aumentou 13,7%. Neste mês, destacaram-se também os mercados chinês (+25,9%), norte-americano (+20,2%) e canadiano (+19,6%). Desde o início do ano, o realce vai para os mercados norte-americano (+19,8%) e chinês (+17,2%).
Alentejo, Centro e Norte destacaram-se
Em novembro, registaram-se aumentos das dormidas em todas as regiões com exceção da RA Madeira (-6,3%). O Alentejo, o Centro e o Norte destacaram-se com crescimentos de 14,1%, 12,4% e 11,2%, respetivamente. A AM Lisboa concentrou 32,4% das dormidas, seguindo-se o Algarve (quota de 19,4%) e o Norte (peso de 17,6%). Desde o início do ano, são de realçar os acréscimos no Norte (+9,5%), Alentejo (+7,8%) e RA Açores (+6,7%).
As dormidas de residentes cresceram, em novembro, em todas as regiões. A RA Madeira registou um aumento expressivo (+28,0%), destacando-se também o Alentejo (+18,9%), o Algarve (+17,8%) e o Centro (+16,0%).
Nos onze primeiros meses do ano, salientaram-se o Alentejo (+11,5%) e a RA Açores (+10,8%).
Em novembro, em termos de dormidas de não residentes, realçaram-se o Norte (+12,8%), o Centro (+6,8%) e a AM Lisboa (+6,7%). Desde o início do ano, destacou-se o Norte (+11,7%).
Lisboa concentrou cerca de ¼ das dormidas registadas no país em novembro
Lisboa, Albufeira, Funchal, Porto, Loulé, Portimão, Lagoa, Cascais, Lagos, Ponta Delgada, VR Sto António, Ourém, Santa Cruz, Tavira, VN Gaia, Coimbra, Sintra, Évora, Braga, Faro, Matosinhos e Porto Santo são os municípios que concentraram 75% das dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico de todo o país.
A Lisboa corresponderam 25,4% do total das dormidas em novembro, quota que desce para 19,5% no período acumulado de janeiro a novembro. Neste período, as dormidas em Lisboa cresceram 4,5%, com as dormidas de não residentes a representarem 84,5% do total de dormidas no município (23,4% do total nacional das dormidas de não residentes).
Albufeira apresentou pesos de 7,1% nas dormidas em novembro e de 12,5% no conjunto dos primeiros onze meses do ano, verificando-se que, neste período, as dormidas aumentaram 2,4%. As dormidas de não residentes representaram 78,0% do total neste município e corresponderam a 13,9% do total nacional de dormidas de não residentes, no conjunto dos primeiros onze meses do ano.
O Funchal representou 9,0% das dormidas totais em novembro e 7,1% desde o início do ano, período em que 89,3% das dormidas foram de não residentes. Desde o início do ano, este município registou uma redução de 4,4%.
No Porto registaram-se 7,9% das dormidas totais em novembro e 6,4% do total desde o início do ano. Os não residentes representaram 83,1% das dormidas no conjunto dos primeiros onze meses do ano. Desde o início do ano, as dormidas neste município aumentaram 10,3%.
De janeiro a novembro, entre os municípios mais representativos no total nacional, Matosinhos sobressaiu com a maior quota de residentes (59,4%), seguindo-se Braga (51,1%). Neste período, os não residentes foram especialmente predominantes (93,0%) no município de Santa Cruz (RA Madeira).
Lisboa e Porto registaram 57% das dormidas em hostels desde o início do ano
Nos primeiros onze meses de 2019, as dormidas na hotelaria (82,9% do total) aumentaram 2,2%, correspondendo ao menor acréscimo de entre os vários segmentos de alojamento turístico: +14,6% no alojamento local (14,3% do total) e +6,8% no turismo no espaço rural e de habitação (2,8% do total).
Relativamente ao segmento da hotelaria, o Algarve representou 34,0% das dormidas desde o início do ano, secundado pela AM Lisboa, com uma quota de 24,8%.
No segmento do alojamento local, desde o início do ano, a AM Lisboa concentrou 38,0% das dormidas, seguindo-se o Norte (quota de 21,2%).
No que respeita ao turismo no espaço rural e de habitação, o Norte concentrou 30,3% das dormidas totais nos primeiros onze meses do ano, seguindo-se o Alentejo (24,8%) e o Centro (20,5%).
Ao nível do município, Lisboa, Albufeira e Funchal destacaram-se na hotelaria, com quotas de 18,3%, 14,6% e 7,9%, respetivamente, no período de janeiro a novembro. No caso do alojamento local, Lisboa e Porto representaram 29,9% e 11,7% do total de dormidas, respetivamente.
Relativamente a dormidas em hostel, verifica-se que desde janeiro a AM Lisboa concentrou 49,9% do total do país, com destaque para o município de Lisboa (40,5% do total nacional), sendo ainda de referir o Norte (24,1%) e, em particular, o município do Porto (16,8% do total nacional).
Estada média reduziu-se
Em novembro, a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,32 noites) reduziu-se 4,7%. A estada média dos residentes recuou 1,0% e a dos não residentes reduziu-se 5,6%. Neste mês, nenhuma região registou crescimento neste indicador, sendo de realçar os decréscimos registados no Alentejo (-5,4%) e na RA Açores (-5,2%). Na RA Madeira e Algarve as estadas médias atingiram 5,03 noites e 3,89 noites, respetivamente
Taxa de ocupação com ligeiro aumento
A taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (35,2%) aumentou 0,2 p.p. em novembro (-1,3 p.p. em outubro). As taxas de ocupação mais elevadas registaram-se na AM Lisboa (49,6%) e RA Madeira (48,6%).
Proveitos em aceleração
Em novembro, os proveitos registados nos estabelecimentos de alojamento turístico atingiram 229,6 milhões de euros no total e 164,8 milhões de euros relativamente a aposento, correspondendo a crescimentos de 10,2% e 9,3%, respetivamente, acelerando face à evolução registada em outubro (+5,8% e +6,5%, pela mesma ordem).
Em termos de evolução dos proveitos nas várias regiões, em novembro, destacaram-se as evoluções registadas no Alentejo (+15,9% nos proveitos totais e +15,1% nos de aposento) e Centro (+13,6% e +13,8%, pela mesma ordem).
Em novembro, a evolução dos proveitos foi positiva nos três segmentos de alojamento.
Na hotelaria, os proveitos totais e de aposento (peso de 88,7% e 87,0% no total do alojamento turístico, respetivamente) aumentaram 8,9% e 7,8%.
Considerando as mesmas variáveis, os estabelecimentos de alojamento local (quotas de 8,8% e 10,6%) apresentaram subidas de 21,1% e 19,3%, respetivamente, e o turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 2,5% e 2,4%) registou aumentos de 21,9% e 25,0%, pela mesma ordem.
No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 32,0 euros em novembro, o que correspondeu a um aumento de 2,7% (+1,9% em outubro). Na AM Lisboa, este indicador ascendeu a 62,1 euros, seguindo-se a RA Madeira (32,2 euros) e o Norte (30,6 euros). Destaque ainda para os crescimentos registados no Centro (+8,4%) e Algarve (+6,4%) e para o decréscimo de 9,4% na RA Madeira.
A variação do RevPAR em novembro situou-se em +5,0% na hotelaria, -2,2% no alojamento local e +5,3% no turismo no espaço rural e de habitação.
No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 71,0 euros em novembro, o que se traduziu num aumento de 1,4% (+2,5% em outubro). Na AM Lisboa o ADR ascendeu a 95,3 euros, seguindo-se o Norte (68,9 euros) e o Alentejo (61,4 euros).
Parques de campismo e colónias de férias
Em novembro de 2019, os parques de campismo receberam 60,8 mil campistas (+9,4%), que proporcionaram 227,4 mil dormidas (+7,9%). Para o aumento das dormidas contribuiu apenas o mercado interno (+21,1%), dado que os mercados externos registaram um decréscimo (-4,0%). As dormidas de residentes predominaram, representando 53,4% do total. A estada média (3,74 noites) reduziu-se 1,3%.
As colónias de férias e pousadas da juventude registaram 19,0 mil hóspedes (+16,6%) e 35,9 mil dormidas (+1,7%) em novembro. As dormidas de residentes (quota de 72,4%) aumentaram 8,0% e as dos não residentes diminuíram 11,8%. A estada média (1,89 noites) reduziu-se 12,7%.