Igreja do Espírito Santo – Évora: Uma visita obrigatória na Cidade Património Mundial

Em 1551, o Cardeal D. Henrique, primeiro Arcebispo de Évora, deu um passo significativo na busca por uma verdadeira reforma apostólica e espiritual de sua diocese ao fundar o Colégio da Companhia de Jesus na cidade. O emblemático edifício que substituiu uma pequena igreja no coração do claustro foi construído entre 1566-74, tornando-se um marco fundamental no estilo arquitetónico português conhecido como estilo chão e uma das primeiras igrejas jesuítas do mundo.

É importante destacar que algumas semelhanças arquitetónicas com a Igreja de São Francisco resultam da intenção expressa do Cardeal-Infante em dotá-la da mesma magnificência da igreja palatina concluída por seu pai, D. Manuel. A inclusão de uma galilé para proteger a entrada externa revelou-se uma solução única nos templos da ordem.

Internamente, a excelência artística e devocional remete à espiritualidade jesuíta. A pintura mural quinhentista, em especial o teto da Sacristia Nova retratando episódios da vida de Santo Inácio de Loiola, juntamente com os embrechados de mármore, altares de talha barroca e o púlpito original em calcário de lioz e bronze, destacam a vocação dos padres para a pregação.

A obra de reabilitação de 2020-23 permitiu a abertura permanente e o acesso público às magníficas pinturas murais da Sacristia Nova e às 15 capelas ricamente ornadas de talhas barrocas, plenas de singulares pormenores. Ocasionalmente o visitante poderá ser surpreendido pelo som do órgão romântico de Aristide Cavaillé-Coll, frequentemente tocado pelo organista residente.

A menos de cinco minutos dos principais monumentos, a igreja passou a fazer parte do roteiro de visitas à Cidade Património Mundial.

Está aberta todos os dias das 9h00 às 18h30 no horário de verão e até às 17h00 no horário de inverno.

*Este texto foi publicado na edição 346 da Ambitur.