Hoti Hotéis espera “ano de continuidade” em 2025 e mais 1500 quartos até 2028

Ricardo Gonçalves, Manuel Proença e Miguel Caldeira Proença (da esquerda para a direita)

2024 foi o primeiro ano em que o Grupo Hoti Hotéis superou os 100 euros (101,2 €) de preço médio nas suas unidades hoteleiras, um crescimento de 8% face ao ano anterior. Os resultados operacionais atingiram os 47 milhões de euros, o que corresponde a uma subida de 11% relativamente a 2023 e de 3% face ao orçamento. Já a taxa de ocupação ficou-se nos 73%, o que significa uma diminuição de 1% face ao ano anterior. Isso mesmo adiantou Miguel Caldeira Proença, CEO da Hoti Hotéis, num almoço que decorreu ontem com a imprensa, no Meliá Lisboa Aeroporto. O responsável explicou que “houve um cuidado de reforçar a componente de venda mas também de criar medidas para melhorar a eficiência operacional”.

A nível de receitas de alojamento, o crescimento foi de 3% face ao orçamento, que “era muito exigente”, admitiu o gestor, acrescentando que “o trabalho ao nível da gestão da receita foi muito bem conseguido”, com o aumento do preço médio de 8% face a 2023 e de 4% relativamente ao orçamentado.

Para 2025, prevê-se “um ano de continuidade”, mas Miguel Caldeira Proença alerta que todos os negócios são cíclicos, e a que a hotelaria não foge à regra, ou seja: “Temos trabalhado muito mas acreditamos que é impossível mabter o ritmo de crescimento atual”, o que significa que “temos que melhorar a capacidade de gestão em outras áreas, como a energia ou a contratação de serviços, entre outras.

No ano que agora terminou, a Hoti Hotéis abriu o INNSiDE by Meliá Braga Centro, uma unidade com cerca de 100 quartos cuja “operação está a ser muito bem sucedida” e que veio complementar o trabalho do grupo desde 2010 com o Meliá Braga Hotel & Spa e “reforçar a capacidade da Hoti Hotéis na venda no centro da cidade”.

25 unidades em 2025

Já em 2025, segundo Manuel Proença, presidente da Hoti Hotéis, o grupo hoteleiro familiar atingirá as 25 unidades, entre as que estarão operacionais (21) e em construção (quatro). A juntar-se às 20 já existentes nascerá, em junho deste ano, o Meliá São João da Madeira, também com cerca de 100 quartos e em muitas coisas similar ao INNSiDE by Meliá Braga Centro, até porque em ambos as zonas comuns se encontram dentro de edifícios históricos.

Ricardo Gonçalves, administrador da Hoti Hotéis, salientou ainda que 2025 ficará marcado pelo lançamento do segmento Residence no grupo, já no primeiro semestre com 130 unidades de alojamento na Avenida da Boavista, no Porto. A ideia é nascer outro projeto residencial, com os serviços hoteleiros, em Aveiro, junto ao Meliá Ria Hotel & Spa.

“Estamos a crescer de forma constante e sustentada, e praticamente sem dívida”, assegurou o responsável, durante o almoço. E acrescentou: “Somos uma organização dinâmica e proativa, ágil, com capacidade de decidir de forma muito rápida”, referindo-se ao facto de poderem surgir sempre novos projetos de interesse para a Hoti Hotéis a qualquer instante.

A nível de unidades novas, Ricardo Gonçalves destacou o lançamento da primeira pedra do Meliá Viana do Castelo, com 130 quartos, que está em carteira já desde 2019. Por outro lado, o INNSiDE Porto Centro verá as obras arrancarem no primeiro semestre deste ano.

Para Lisboa, desde 2016 que está assinado com a Meliá um projeto para o Largo do Rato para a marca INNSiDE, assim como outro aind apara Monte Gordo, no Algarve, mas ambos encontram-se travados no Tribunal Administrativo.

Outros projetos estão em pipeline, como é o caso do Meliá Porto Avenida da Boavista, com 222 quartos, que se encontra em licenciamento, e que ficará ao lado do projeto residencial. E Aveiro contará com um Star Inn, em frente ao Meliá Ria. Isto além de outros projetos como o Meliá Coimbra ou Meliá Famalicão, bem como o Meliá Guimarães, cujo contrato de gestão se encontra em stand-by.

A nível internacional, o grupo está ainda a trabalhar num projeto de arquitetura no Meliá Luanda, que marcará a estreia, para breve, da operação em Angola, sendo este o segundo mercado internacional da Hoti Hotéis, que já está em Moçambique. E continua a olhar para o mercado da Galiza, com interesse.

Resumindo, a Hoti Hotéis espera aumentar em 50% o número de quartos na sua dimensão hoteleira, até 2028, com mais 1500.

O top dos mercados da Hoti Hotéis

Os hotéis da Madeira e de Lisboa foram as “estrelas” em 2024, no que diz respeito aos resultados que mais contribuíram para a boa performance do grupo.

Quanto aos mercados que mais pesam, os responsáveis admitem uma continuidade relativamente a 2023, com o mercado português a representar 25% das receitas totais. Miguel Caldeira Proença adianta porém que se verifica “uma concentração em cada vez menos nacionalidades diferentes”. Além do nacional, o mercado norte-americano foi importante para os hotéis do grupo, contribuindo com 8% para as vendas em 2024, o dobro do peso do ano anterior. Também importantes são os mercados espanhol (que reduziu de 12,5% para 9% do peso), Reino Unido (subiu de 4,8% para 6%), França (caiu de 6% para 5%), Brasil (caiu para 4,5%) ou Alemanha (7,5%).

Por Inês Gromicho