Estudo da Booking.com revela que turistas estão desiludidos e desgastados com sustentabilidade
Um inquérito recente realizado pela Booking.com revela que os turistas estão desgastados e desiludidos nas suas atitudes e decisões relacionadas com viagens sustentáveis. O estudo recolheu opiniões de mais de 31 mil pessoas de 34 países em fevereiro e indica uma visão preocupante sobre como os turistas entendem a sustentabilidade no contexto turístico.
Embora uma vasta maioria, 83% dos inquiridos, considere que viajar de maneira sustentável é importante, verifica-se uma ligeira descida na intenção de adotar práticas mais sustentáveis no próximo ano, passando de 76% no inquérito de 2023 para 75% agora. Contudo, quase metade dos participantes, cerca de 45%, admitiu que a sustentabilidade não é um fator determinante na altura de planearem ou reservarem as suas viagens.
Um terço dos inquiridos manifestou sentir que os danos ambientais já são irreversíveis e que as suas decisões individuais pouco ou nada poderão fazer para alterar esta situação. Além disso, 28% disse estar cansado de ouvir falar constantemente sobre as alterações climáticas, e 25% duvidava da gravidade com que este fenómeno se apresenta.
A Booking.com assinala que não ver ações sustentáveis concretas contribui para um sentimento de impotência. Mais de um terço dos viajantes (34%) sente que é “inútil” agir de forma mais sustentável em destinos que não aplicam práticas de sustentabilidade.
43% dos inquiridos acredita que os fornecedores de serviços turísticos são essenciais para contrariar o impacto ambiental de viajar.
Segundo Danielle D’Silva, chefe de sustentabilidade na Booking.com, “é crucial contiuar a assegurar que as opções mais sustentáveis não só estão disponíveis, como também são fáceis de confiar e compreender”. E defende a importância da formação, da implementação de padrões claros e consistentes, e a certificação, por terceiros, de práticas sustentáveis.
Recorde-se que em março a Booking.com renovou o seu programa de sustentabilidade após as críticas da Autoridade de Consumidores e Mercados dos Países Baixos que qualificou alguns elementos do programa como enganosos. Agora, a empresa marcará as propriedades que tenham recebido uma certificação de sustentabilidade por terceiros, eliminando a sua anterior de “Selo de Viagem Sustentável”.