Em setembro, artistas locais e internacionais estão no Algarve
Em setembro, a programação cultural 365 Algarve junta as histórias do Algarve, contadas, encenadas ou degustadas, à dança contemporânea, ao teatro, ao jazz e à street art, num programa diverso que dá a conhecer o trabalho de artistas algarvios e internacionais.
A viagem no tempo (A) Prender-me no Algarve regressa a 5 de setembro, sábado, estando a Happy Van estacionada no Parque Municipal do Sítio das Fontes, em Estômbar, na Lagoa. Dia 19 é a Albufeira, no Centro Educativo do Cerro d’Ouro, que esta carrinha transporta as histórias sobre o património, costumes, tradições e musicalidades que construíram a identidade cultural do Algarve.
O espectáculo (A) Prender-me no Algarve inicia-se com uma visita encenada aos respetivos locais, e a partir dali decorre a apresentação da história do Algarve, das suas gentes e das suas tradições. A viagem no tempo é intervalada com canções dos velhos tempos e uma oficina de artesanato.
A 6 de setembro, em Vila do Bispo, no Pavilhão Multiusos de Sagres, os atores André Canário e João de Brito e o músico Igor Martins dão corpo e som à peça de teatro À Babuja, um “épico algarvio, temperado com o melhor que o Algarve tem. Estar à Babuja significa muita coisa e uma delas é estar à beira – das pessoas certas”. À Babuja apresenta-se ainda em Vila do Bispo, no Largo do Município, a 13 de setembro e, a 19, é a vez de Olhão (Largo da Igreja de Pechão) conhecer esta história, em que, “num dia soalheiro, um homem larga a sua rotina e, inspirado por um livro de aventuras, dá largas ao cavalo da imaginação”.
Diz-me, António, um espetáculo de dança contemporânea que se inspira no universo de António Aleixo, num tributo ao seu nascimento e à sua obra, apresenta-se a 11 de setembro no Auditório Carlos do Carmo, na Lagoa, a 17 de setembro em São Brás de Alportel e a 26 no Auditório Municipal de Vila do Bispo. Neste espectáculo, “o movimento, a palavra e a música” juntam-se “em busca de uma poética da performance, em que três criadores/intérpretes se reúnem para refletir sobre o Poeta Algarvio”.
A 12 de setembro é tempo da penúltima apresentação do Festival da Comida Esquecida | Piquenique de Charme, agora em Cacela Velha, em Vila Real de Santo António. O Piquenique de Charme pretende recriar alguns hábitos alimentares de meados do século XX, quando muitos algarvios se reuniam em piqueniques no campo. Nestes encontros, dominava o convívio e a partilha em torno das diferentes tradições gastronómicas de cada lugar, e eram encontros com um grande significado social para as pessoas envolvidas, pois contribuía para estreitar laços e relações.
A experiência inclui uma refeição cheia de aromas de outros tempos, com produtos locais e surpresas gastronómicas, algumas de difícil acesso ou esquecidas da nossa mesa. O instrumento simbólico do Algarve – o acordeão – será também protagonista numa atuação durante o piquenique, como se fazia noutros tempos, e dando mais animação a estes fins de tarde campestres.
O chef explicará a ementa da refeição, assim como os produtos locais e tradicionais que foram utilizados na confeção da mesma. Todas as explicações serão traduzidas para inglês por um mestre de cerimónias que estará presente em todas a ações, disponível para resolver as dúvidas de todos os participantes, estrangeiros e nacionais.
A dança marca a novamente a programação cultural do 365 Algarve a 18 de setembro, no Cine-Teatro Louletano, em Loulé, com a apresentação das peças Entre Contenções, de Eduardo Fukushima (Brasil) e O Rei no Exílio – Remake, de Francisco Camacho (Portugal), ambas integradas na 6.ª edição do Festival Encontros do DEVIR.
Entre Contenções é um solo que se tornou num trabalho icónico de um dos mais destacados/premiados coreógrafos da dança contemporânea brasileira, Eduardo Fukushima. Desde a sua criação, tem vindo a ser apresentado ininterruptamente, o que se justifica pela qualidade, simplicidade e pela verdade que nos transmite. Resultou de uma pesquisa de linguagem muito pessoal, um vocabulário simples e cru que joga com a desarmonia e o confronto.
O Rei no Exílio — Remake é a recriação, o resgate de um solo marcante da dança contemporânea portuguesa, que se centra na figura de D. Manuel II, o último rei de Portugal, exilado em Inglaterra em 1910. É um retrato de um certo Portugal, por vezes irónico, por vezes controverso, onde a solidão é permanente. É um universo grotesco, obscuro, sensual que justapõe a intimidade, os vícios do coreógrafo/intérprete e a figura iconográfica do rei. Passado e presente confundem-se numa personagem, que vive distintas histórias centradas em gestos e ações simbólicas do quotidiano masculino.
Caminhadas com Arte
Setembro é também tempo de Caminhadas com Arte, uma proposta do programa cultural Lavrar o Mar, em colaboração com a Rota Vicentina. Cada caminho deste passeio, e cada conversa, terá um tema conduzido por um orador caminhante diferente, que leva um grupo de 15 pessoas a mergulhar no seu universo e na paisagem deslumbrante do Barlavento Algarvio.
O jornalismo, o ativismo climático, a literatura, a apicultura, a fotografia, a arquitetura, a dança, a alimentação, a arte e a história são alguns dos temas destas conversas e cada pessoa deverá, no ato da compra do bilhete, escolher o orador/caminho que pretende realizar, tendo em conta as particularidades de cada um (tema, grau de dificuldade, distância, duração, idioma).
Alguns passeios serão exclusivamente em língua inglesa. Para substituir o almoço originalmente previsto antes da crise pandémica pelo novo coronavírus, será distribuída uma merenda individual a cada pessoa do público. As Caminhadas com Arte acontecem a 20 de setembro, em Aljezur, com ponto de encontro na Vilarinha, Bordeira, e a 27, em Monchique, com ponto de encontro no Moinho do Poucochinho – Parque do Barranco dos Pisões.
Entre 25 a 27 de setembro de 2020, a 4.ª edição do Algarve Jazz Gourmet Moments Festival volta a combinar o melhor do jazz com a excelência da gastronomia gourmet, dos vinhos e dos produtos do Algarve. Nesta edição, o Festival expande-se para fora das fronteiras da cidade de Lagos (Centro Cultural), e chega às cidades de Lagoa (auditório Municipal) e Loulé (Cine-Teatro Louletano).
VENTANIA – Festival de Artes Performativas do Algarve
De 26 a 27 de setembro o VENTANIA – Festival de Artes Performativas do Algarve, marca a sua presença em setembro em vários locais, a começar por Vila do Bispo, onde, a 26, no Jardim de Sagres, se apresenta Windy. Windy é uma instalação de arte pública, com paisagem sonora, em que os artistas algarvios Jorge Pereira (artista visual) e Carlos Norton (artista multidisciplinar) criador do ASPA (Arquivo Sonoro Paisagístico do Algarve), são convidados a criar a partir da reutilização de pranchas de surf, gentilmente cedidas por The Surf Experience – surf camp (Lagos), Dora Gomes Surf Shop (Sagres) e Karra Surf Design (Carrapateira).
No mesmo dia, mas no Mercado Municipal de Sagres, é tempo de Tome e Embrulhe, uma iniciativa que passa pela distribuição em grande escala de sacos de papel pelos locais de comércio tradicional. Ainda em Vila do Bispo, no Auditório da Fortaleza de Sagres, este sábado traz O Grande Embrulho, um espectáculo que reúne as linguagens de clown, dança, música e manipulação de objetos em torno de um cónico saco de papel. Um espetáculo interativo com uma forte mensagem ecológica ‘embrulhada’ em momentos de humor, surpresa e poesia. A memória de um tempo em que o comércio tradicional utilizava o papel como embrulho de produtos, inspira o nascer d’O Grande Embrulho.
No dia seguinte, 27 de setembro, e agora no Monte da Casteleja, em Lagos, há VENTANIA Music & Food Experience, uma experiência performativa e gastronómica que tem lugar no interior agrícola do concelho de Lagos, na zona do Sargaçal, tão perto da costa, mas tão singular. Funde os sabores antigos, preservados de forma sustentada, com as sonoridades primordiais das madeiras, num encontro subtil de tempos idos, sob olhares contemporâneos. Um momento de usufruto exclusivo e fantástico, dirigido a um pequeno público.
Street Art Lab
O sábado 26 de setembro é também para os curiosos pelo Street Art Lab, que tem vindo a decorrer na antiga cadeia de Lagos. Este emblemático edifício histórico é hoje um espaço cultural e dedicado à experimentação artística, e ali tem início uma viagem de descoberta da arte urbana presente na cidade. Através de uma visita guiada a obras de alguns dos artistas mais representativos do panorama contemporâneo da arte urbana, o participante é convidado a desvendar possíveis mensagens implícitas nos murais desta cidade-tela, ao mesmo tempo que procura outras particularidades reveladoras da sua importância cultural, histórica e artística. O programa integra atividades de experimentação e criação, orientadas por um artista convidado.