EasyJet antevê oportunidades claras para relançamento da atividade turística nacional

Esta é a mensagem principal deixada por José Lopes, diretor da easyJet em Portugal, durante o debate “Turismo COVID-19: Preparar o Futuro”, promovido pela Deloitte, durante o dia de hoje. Se, por um lado, é uma realidade que se assistirá a uma retoma lenta da atividade turística, por outro lado, “estamos a auscultar mercados europeus para percecionarmos quando haverá condições para um regresso”. Para o responsável, “no caso de Portugal temos, face a destinos reativos, uma vantagem em sair deste contexto: a boa imagem passada na gestão da crise”. Concorda ainda que o primeiro passo da retoma turística deverá ser dado em direção aos mercados domésticos. “No nosso caso, será importante a Madeira, neste contexto”, acrescenta. Numa segunda fase, e está aqui o que pode ser uma das mais-valias de Portugal, dar-se-á a abertura “aos mercados emocionais”. Para José Lopes, tendo em conta que foi vedada a vinda de muitas emigrantes a Portugal no período da Páscoa, pode haver uma vontade adicional de vir a Portugal no verão em mercados como França, Alemanha, Luxemburgo ou mesmo da Grande Londres, “para onde emigraram as mais novas gerações”. “Estes são mercados que poderão reagir ainda este verão, considera o responsável da easyJet.

José Lopes indica também que a transportadora precisa de 15 dias de preparação para avançar com novas operações e que estará preparada para oportunidades que surjam. Por outro lado, apela a que o país prepare um roadmap, a partir de maio, das medidas implementadas e a implementar ,e quais os critérios e resultados esperados, para que se perceba quais os graus de execução que estão a ser atingidos. “Para que todos possam começar a preparar a sua própria realidade a partir da última quinzena de maio, início de junho. Senão estaremos a limitar o raio de ação, podemos perder oportunidades e vantagens”, acrescenta o responsável.

Entre outras oportunidades que o responsável vislumbra refira-se o retorno das operações para a Madeira, assim que se levantar a quarentena. Por outro lado, indica que o mercado do golfe está pronto para ser reativado. Mas, por outro lado, lembra que toda a conectividade do setor tem de estar pronta e funcional (cadeia de valor), inclusive os próprios acessos a praias e piscinas. Tem que se ter a certeza e garantia de que “o país está preparado para receber turistas”.

Quanto ao consumidor, acredita o interveniente que é necessário recuperar a sua confiança. “Para se estimular o mercado tem que se ter tarifas mais baixas, sendo necessário que a confiança seja conseguida com medidas comuns e transversais em toda a Europa”.

Enfatiza o orador: “não atiremos a toalha ao chão, é necessário testar mercados, com todos a trabalhar em conjunto, estando preparados para todos os cenários, inclusive um step back”.