CTP prevê que turismo em 2022 fique 23% abaixo dos níveis pré-pandemia
Para o próximo ano, a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) estima uma evolução positiva, mas ainda insuficiente para recuperar os níveis pré-pandemia. Uma possível solução para a falta de mão de obra poderá ser a imigração.
A previsão avançada afirma que o volume de negócios do setor do Turismo em 2022 vai ficar 23% abaixo do registado em 2019. Ainda assim nota uma evolução: em 2020 diminuiu mais de 60%; em 2021 a queda foi de 42%; e agora, no ano que vai começar, a expectativa é de 23% (isto sempre em relação a 2019, o último pré-pandemia).
O presidente da CTP, Francisco Calheiros, diz que “o setor continuará numa senda de crescimento”, admitindo que haverá “cada vez mais vacinados e que as eventuais variantes tenham menores efeitos”, sem implicações nos principais clientes, “como Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, Brasil ou Espanha”. O presidente da Associação do Turismo do Algarve (ATA) também acredita que a pandemia pode deixar o setor respirar a partir da primavera, afirmando que “todos os relatórios apontam para que a retoma se faça primeiro no espaço intraeuropeu”. João Fernandes entende que a retoma dá a Portugal “uma vantagem porque os nossos principais mercados externos são o centro e o Norte da Europa, e a partir de Março dá-se o fluxo entre estes países e o Sul europeu”.
Falta de pessoal demora tempo a resolver
“A população residente em Portugal é insuficiente para dar resposta à falta de mão de obra no setor”, diz João Fernandes. Esta afirmação surge depois da WTTC ter concluído que ficaram por preencher 85 mil postos de trabalho no turismo e viagens este ano em todo o país. Por isso o Turismo do Algarve está a “trabalhar com o Instituto de Emprego e com a Organização Internacional para as Migrações para atrair mão de obra de vários países, incluindo os de língua portuguesa”. Para João Fernandes, o objetivo é que as pessoas possam ir para o Algarve “tendo garantido um contrato de trabalho e condições dignas”.
O presidente da CTP acredita que a imigração é parte da solução mas só por si não resolve o problema, tal como aumentar os cursos de turismo, assegurando que “não há uma solução única”. Francisco Calheiros admite ainda que o país “tem sorte por ter uma língua falada em muitos países” e reforça que a responsabilidade principal é dos empresários que têm de “tornar esta atividade mais atrativa, mais “sexy”” para que as pessoas escolham um setor com “grande diversidade, que aceita toda a gente” beneficiando do que “todos os inquéritos mostram no pós-pandemia, o lazer, depois da saúde, é a área na qual as pessoas vão gastar mais”.