Consolidação: “É urgente criar um sistema de incentivos fiscais e financeiros para a fusão e aquisição das empresas”

Num setor onde a maioria do tecido empresarial é dominado por micro, pequenas e médias empresas, a consolidação, através de fusões ou aquisições, ou parcerias são cada vez mais uma opção. Falámos com alguns Conselheiros Ambitur e procurámos saber se o setor está a caminhar para esta consolidação, que vantagens e desvantagens este processo pode trazer às empresas e que dificuldades terão de enfrentar pelo caminho. Fique com a visão de Jorge Rebelo de Almeida, presidente do Grupo Vila Galé.

Qual a necessidade de consolidação do negócio turístico em Portugal?

O setor do turismo tem revelado um grande dinamismo e voltou a ser um dos motores de crescimento em Portugal. No entanto, tal como na generalidade das atividades económicas, o tecido empresarial é dominado por PME e é urgente criar um sistema de incentivos fiscais e financeiros para a fusão e aquisição das empresas bem como outras formas de associação para que as pequenas empresas passem a médias e as médias a grandes. O país precisa de empresas fortes, bem estruturadas e sólidas em termos financeiros.

Que vantagens e desvantagens aponta para uma consolidação empresarial?

Só vejo vantagens na consolidação, pois as empresas mais fortes serão mais geradoras de emprego e de receita fiscal e terão maior capacidade para resistir às crises e dificuldades conjunturais.

O que tem dificultado este caminho, quais os principais desafios?

Ao contrário do que seria desejável, em Portugal têm-se incentivado as empresas a permanecerem pequenas e algumas forças políticas referem-se negativamente às empresas grandes, o que é no mínimo absurdo.

As parcerias são uma opção?

As parcerias são seguramente uma das opções para fortalecimento das empresas, sobretudo em termos de exportação.

Este será o grande salto para uma maior competitividade? Em que áreas?

O grande salto no nosso setor passa por um plano estratégico que incluirá:

  • Solução urgente para novo aeroporto Internacional de Lisboa;
  • Medidas para melhorar a oferta dos restantes aeroportos nacionais de forma a mitigar a falta do novo Aeroporto, maxime a Portela;
  • Solução de futuro para a TAP;
  • Parque temático / Museu dos Descobrimentos Portugueses;
  • Museu da Língua Portuguesa;
  • Fomento do turismo no Interior;
  • Salão para mostra dos produtos portugueses de exportação;
  • Criação de comboios históricos de Norte a Sul;
  • Estratégia menos turistas / mais receitas;
  • Linha TGV Lisboa – Madrid;
  • Implementação da bitola europeia nas linhas férreas;
  • Concessão das ferrovias ao setor privado;
  • Criação de novos polos turísticos e novas centralidades nas cidades para evitar concentrações;
  • Feiras populares de Lisboa e Porto inovadoras e interativas;
  • Polos de ensino superior nas cidades do interior para atrair estudantes estrangeiros;
  • Reforço da mobilidade elétrica nas cidades;
  • Simplificação dos licenciamentos;
  • Melhoria das remunerações e das carreiras na Hotelaria, entre muitas outras medidas.

No seu entender, estamos mais perto de uma aceleração a este nível?

É fundamental pôr estas medidas na agenda política e mediática.