#CongressoAPAVT: “Urge resolver o problema do acesso a mão-de-obra”, obras no aeroporto e carga fiscal
O 47º Congresso da APAVT decorreu entre 8 e 11 de dezembro, em Ponta Delgada. No seu discurso de encerramento, Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, apelou para a resolução de quatro problemas que impedem “o elevador social”, dificultam a retenção do talento e a capacidade “de atingir níveis de serviço compatíveis com o preço que pretendemos oferecer”.
Assim, e em primeiro lugar, o dirigente associativo chamou a atenção para que “urge resolver o problema do acesso a mão-de-obra“, esclarecendo que não bastará facilitar a imigração mas também “saber alojar quem vem, formar quem está disposto a viver e trabalhar no nosso País, valorizar as novas carreiras, impedir que redes de criminosos tomem conta dos processos de imigração”. No fundo, frisa, “falta realizar, de acordo com os objetivos dos programas anunciados, uma vez que todos sabemos que teremos de melhorar o serviço, se quisermos manter os preços de venda ao nível dos deste ano”.
Por outro lado, Pedro Costa Ferreira reconhece igualmente a urgência de resolver o problema das obras no aeroporto de Lisboa, a “única via de evitar que a panela de pressão em que se transformou o tema das acessibilidades aéreas, nos rebente nas mãos”. Resumindo, acrescenta, esta será a única forma de minizar “as terríveis perdas decorrentes da não decisão relativamente à solução portuária lisboeta”.
E assim faz a ligação à terceira preocupação da APAVT, apontando que “fica difícil perceber como vamos gerir a pressão turística se não soubermos cuidar de um hub que representa a melhor arma de penetração nos mercados de long-haul, aqueles que permitem, de uma forma mais óbvia e imediata, trabalhar para além do verão, ganhando e consolidando novos territórios turísticos”.
Por fim, o presidente da APAVT não deixou de chamar a atenção para a necessidade de uma redução “acentuada” da carga fiscal, pelo menos sobre o fator trabalho.
Pedro Costa Ferreira quis também destacar o “exemplo de resiliência” do setor durante a pandemia, e de “liderança no momento da recuperação”. “Repatriámos, reembolsámos, explicámos como se podia voltar a viajar. Finalmente comandámos outra vez, já este ano, o negócio dos fluxos turísticos, quer no outgoing, quer no incoming”, resumiu. Pelo que não duvida que “temos muitas razões para acreditar no futuro”.
Por Inês Gromicho, no 47º Congresso da APAVT, em Ponta Delgada.