CongressoAHP2024: “O sucesso é definirmos o conceito e tentarmos não nos afastar muito desse conceito”
Nicolau Pinheiro da Veiga, administrador da Just Stay Hotels, foi um dos oradores presentes na mesa redonda “Hotel Turnaround – from distressed to distinguished” do 34º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, que se realizou na passada semana no Funchal. Começando por explicar que a génese deste grupo hoteleiro não está necessariamente em assumir hotéis em dificuldade, refere que a ideia foi explorar hotéis independentes, geridos de forma particular, e criar uam rede e profissionalizar gestão, serviços e produto. “O sucesso é definirmos o conceito e tentarmos não nos afastar muito desse conceito”, resume o gestor, admitindo que “é muito fácil cedermos a tentações de querermos ter piscinas, spas ou restaurantes gourmets em unidades de 2 estrelas”. Por isso não tem dúvidas de que é fundamental “sermos obstinados a seguir o nosso modelo”.
“é especial para as equipas perceberem que quem assume a exploração da unidade o está a fazer com cabeça, tronco e membros, e com uma estratégia bem definida”
O orador acredita que a cultura empresarial é importante. E recorda que, quando o grupo assume hotéis em funcionamento, muitos deles caracterizam-se por ter “abandonado” as suas equipas. Por isso mesmo, diz, “é especial para as equipas perceberem que quem assume a exploração da unidade o está a fazer com cabeça, tronco e membros, e com uma estratégia bem definida”.
“É importante juntar as equipas para que percebam que fazem parte de uma rede em que lhes é permitido rodar do Porto para Lisboa, ou de Guimarães para Faro, há uma perspetiva de evolução e de carreira”
No processo de assunção da exploração de um hotel, o grupo hoteleiro faz sempre uma análise prévia da equipa, identificando ajustes necessários e conversando com os profissionais para lhes comunicar o que pretende e como vê o futuro daquela unidade. Por outro lado, acrescenta, “fazemos uma formação inicial de aculturação à empresa”, trabalhando mesmo com uma empresa de consultadoria na parte dos Recursos Humanos que promove formações, team buildings para criar espírito de equipa. “É importante juntar as equipas para que percebam que fazem parte de uma rede em que lhes é permitido rodar do Porto para Lisboa, ou de Guimarães para Faro, há uma perspetiva de evolução e de carreira”, aponta Nicolau Pinheiro da Veiga.
O equilíbrio é tentarmos, com o investimento mais racional possível, criar uma imagem para 11 hotéis, o que nem sempre é fácil, atendendo à dificuldade estrutural dos ativos que vamos assumindo”
Numa fase posterior, o equilíbrio entre os hotéis que compram e passam a explorar é conseguido através da criação de uma imagem comum, sobretudo nas áreas públicas, descreve. “O equilíbrio é tentarmos, com o investimento mais racional possível, criar uma imagem para 11 hotéis, o que nem sempre é fácil, atendendo à dificuldade estrutural dos ativos que vamos assumindo”, admite.
“não temos backoffices nos nossos hotéis, as pessoas trabalham onde estão os clientes”
Outra questão a que o administrador da Just Stay Hotels está atento é a distribuição de funções entre as equipas locais e centrais. Explicando que, no caso desta empresa, os serviços centrais são cerca de 12 a 13 pessoas, dos quais faz parte a equipa de gestão, e há 800 quartos em exploração, com as equipas de cada hotel, Nicolau Pinheiro da Veiga refere que “não temos backoffices nos nossos hotéis, as pessoas trabalham onde estão os clientes”. E o que esta empresa procura fazer é levar as tarefas administrativas dos hotéis para os serviços centrais. “O nosso principal objetivo é que quem está em contacto com o cliente, dedique toda a sua atenção ao cliente”, frisa.
Por Inês Gromicho, no Congresso da AHP, no Funchal.
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