China abre portas à entrada de agências de viagens portuguesas no seu mercado turístico de outbound
As agências de viagens com investimento estrangeiro, que estejam já estabelecidas ou venham a estabelecer-se em Pequim, Xangai ou Chongqing, estão agora autorizadas a organizar operações turísticas para os chineses viajarem para fora, segundo informa o presidente da Associação do Turismo Chinês em Portugal, Yong Liang.
Este anúncio advém de uma decisão que o Conselho de Estado da China aprovou no dia 8 deste mês, relativa ao ajuste provisório de certas disposições do regulamento sobre a atividade das agências de viagens, que se manterão em vigor até 8 de abril de 2024.
Como especialista na indústria do turismo entre a China e Portugal, Yong Liang, presidente da ACTEP, afirma que, embora o turismo outbound da China ainda esteja suspenso, esta abertura é um sinal muito positivo, indicando que a China irá expandir ainda mais o seu mercado de outbound e está disposta a fortalecer ainda mais as ligações com o resto do mundo, incluindo a Europa e Portugal.
As agências de viagens com capital estrangeiro vão poder implementar o sistema de licenciamento para os turistas chineses viajarem para o estrangeiro, embora para obter as necessárias qualificações empresariais precisem de cumprir determinadas condições, designadamente a necessidade de um período prévio de dois anos de operação no país.
“Este é um bom momento para as agências de viagens de Portugal com forte vontade de se expandir para o enorme mercado turístico chinês. A criação de agências de viagens na China não só pode proporcionar oportunidades para as empresas de turismo portuguesas organizarem turistas chineses para viajarem em Portugal e noutros países da Europa, mas também expandir-se mais na área do recetivo, quando turistas portugueses e de países de língua portuguesa forem à China para turismo, indica Yong Liang.
Ao mesmo tempo, o presidente da ACTEP salienta que, uma vez que o turismo de outbound da China ainda não está aberto, o impacto direto deste ajustamento não será imediato. “Agora é a oportunidade certa, depois, pode ser demasiado tarde para entrar, quando a epidemia diminuir”, acrescenta, manifestando a disponibilidade da ACTEP para ajudar as agências portuguesas nestes processos.
“Temos também feito o nosso trabalho de casa”, sublinha Yong Liang, referindo-se ao esforço de promoção de Portugal na China que a ACTEP tem vindo a realizar. Em 2021, a Associação Chinesa de Turismo em Portugal geriu o Pavilhão de Portugal na Expo Yangzhou 2021, com 1.500 metros quadrados, que atraiu inúmeros visitantes e vários prémios. Este ano, o presidente da ACTEP foi também responsável pela organização e gestão de um pavilhão de promoção de Portugal em Pequim, por ocasião do CIFTIS, que é a mais importante Feira Internacional de Comércio e Serviços na China neste ano.
“A China foi, antes da pandemia, o maior mercado turístico do mundo e voltará a sê-lo em poucos anos. Todo o esforço promocional que a ACTEP agora fez será muito útil para garantir que Portugal está bem posicionado para esta recuperação, razão pela qual queremos envolver as autoridades turísticas portuguesas, nacionais e regionais e as agências de viagens portuguesas neste esforço”, conclui Yong Liang.
Nas vésperas do próximo 20.º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (CPC), a partir do dia 16 deste mês, o ajustamento político das agências de viagens estrangeiras na China é um sinal positivo de que a China está disposta a abrir ainda mais o mercado turístico de outbound e reforçar as ligações com o resto do mundo, incluindo Europa e Portugal, e será uma oportunidade para as agências de viagens portuguesas.