“Chegou a hora de ser o Baixo Alentejo” a Cidade Europeia do Vinho 2026

O Alentejo entrega hoje, dia 22 de abril, a candidatura do Baixo Alentejo a Cidade Europeia do Vinho 2026, uma decisão que será conhecida no próximo dia 30 de abril, no Alandroal. Para falar um pouco sobre esta candidatura e apresentar os embaixadores da mesma – o músico Buba Espinho, a presidente da Associação Portuguesa de Enoturismo, Maria João Almeida, e o humorista, contador de estórias, escritor e ilustrador Jorge Serafim – José Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, e António Bota, presidente da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, estiveram ontem com a imprensa num almoço, em Lisboa, afirmando que a região tem tudo para poder conquistar este título.

Buba Espinho; Fernando Romba, primeiro secretário da CIM do Baixo Alentejo; José Santos; Maria João Almeida; António Bota; e Jorge Serafim.

José Santos recordou todo o historial do Baixo Alentejo em torno do vinho, pela sua “história, cultura, pelos seus habitantes, por toda a dimensão económica e social que hoje o vinho tem naquele território”. E garantiu que, com a apresentação do dossier de candidatura e todo o trabalho feito até aqui a nível de promoção, “o sentimento é de dever cumprido e de satisfação”. garantindo que “dia 30 lá estaremos para ouvir o veredicto”. Além do Baixo Alentejo, concorrem para este título o Algarve e a Ilha do Pico, sendo que caberá às 146 câmaras municipais a eleição do vencedor. Mas para o presidente da ERT Alentejo e Ribatejo há um ponto forte nesta candidatura: o facto de o Baixo Alentejo ter uma tradição de mais de dois mil anos no vinho da talha. Daí a porta-voz da candidatura ser teresa Caeiro, empresária das Gerações da Talha.

António Bota frisou que “chegou a hora de ser o Baixo Alentejo” a Cidade Europeia do Vinho 2026, até porque, explicou, “temos investimento feito em enologia, temos crescimento em qualidade, diversidade e apresentação dos nossos vinhos”. E assegura que tem havido um grande esforço “para criarmos produtos diferenciadores”, lembrando que o turismo também tem crescido bastante no Baixo Alentejo também muito graças a este segmento.

José Santos aproveitou a ocasião para dar conta do crescimento do número de visitantes às 30 adegas da Rota dos Vinhos do alentejo, que em 2024 foi de 30%, sendo os portugueses os líderes. “Os vinhos e o enoturismo são o grande produto da região”, afirmou o responsável. admitindo porém que é possível “melhorarmos a capacidade de trabalharmos em rede”. Aliás, no âmbito do PROVERE – Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos, o Alentejo escolheu o enoturismo como produto prioritário pois consegue “albergar cultura, sustentabilidade e gastronomia”, atraindo os mercados nacional e internacional. Considera pois fundamental comunicar o Alentejo como um produto integrado e acredita que “há ainda um espaço enorme de oportunidades e de criação de pequenos negócios”, lembrando que foi apenas há um ano que surgiu, no Alentejo, a primeira empresa que faz tours pelas vinhas da região.

Ora esta candidatura e a escolha do Baixo Alentejo como Cidade Europeia do Vinho “pode desempenhar um papel importante”, frisa José Santos, até para aumentar o índice de internacionalização de turistas.

Por outro lado, também ao nível do alojamento o Alentejo tem vindo a crescer e irá continuar nesse caminho. O presidente da ERT Alentejo e Ribatejo referiu que, só este ano, nascerão na região 10 novos hotéis, em regiões como Ourique, Monforte, Viana do Alentejo ou Melides. “O dinamismo empresarial estende-se por toda a região”, indica. Atualmente, o Alentejo conta com 30 mil camas, entre hotelaria tradicional e alojamento local, e nos próximos 10 anos, com projetos aprovados, irá praticamente duplicar a capacidade.

Por Inês Gromicho