AHP: Hotelaria – Resultados confirmam trajetória de crescimento nos meses de verão

A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) divulgou hoje os resultados do 3.º trimestre de 2024, destacando o desempenho positivo do setor hoteleiro nacional, sem surpresas na época alta.

Assim, durante o período de verão, os empreendimentos turísticos registaram 10,2 milhões de hóspedes (+4%), acompanhados de 28 milhões de dormidas (+3%) e 2,5 mil milhões de euros em proveitos totais (+9%). Apesar do crescimento relativo face a 2023, naturalmente e como se previa, já não se registam crescimentos homólogos a dois dígitos, como no ano precedente.

O preço médio por quarto ocupado (ARR) fixou-se em 145 euros (+6%), enquanto o rendimento por quarto disponível (RevPAR) aumentou para 102 euros (+6%). A taxa de ocupação manteve-se estável nos 70%.

Destaques por regiões

Os Açores registaram o maior crescimento percentual em hóspedes (+8%) e dormidas (+8%), com a taxa de ocupação a subir para 76% (+2 p.p.), o maior aumento nacional. Já a Madeira registou a maior taxa de ocupação do país, com 84%, apesar de uma ligeira descida de -1 p.p., face a igual período de 2023. Liderou no crescimento do ARR, com um aumento de +15%, atingindo 127€.

O Norte teve um crescimento de 9% e de 4% de não-residentes, nos hóspedes e nas dormidas, respetivamente. Verificou-se aqui um forte aumento do mercado norte-americano, com os EUA a representarem 12% da quota de hóspedes não-residentes (+19%).

No Centro o crescimento foi de 5% nas dormidas de residentes, liderando neste indicador. O ARR fixou-se nos 91€, o mais baixo do país, embora se tenha verificado uma subida homóloga de 4%.

Por sua vez, na Grande Lisboa, a taxa de ocupação foi de 79%, a segunda mais elevada do país. O ARR atingiu 166€, o valor mais alto nacional, refletindo um aumento de +5%.

O Alentejo registou um crescimento de 4% nas dormidas de residentes e de 12% nas receitas totais. E o Algarve manteve-se líder nas dormidas, apesar de um crescimento moderado de 1%. O RevPAR, que foi o mais elevado do país, fixou-se nos 135€.

Mercados Emissores

Relativamente à análise do comportamento dos mercados emissores, a AHP aponta que a América do Norte manteve o forte crescimento, com os EUA a subirem +9% de hóspedes e +10% nas dormidas, e o Canadá a registar +12% de hóspedes e +13% nas dormidas.

A Polónia destacou-se como o mercado de maior crescimento relativo (+21% nos hóspedes e +18% nas dormidas), especialmente em regiões como a Madeira e Grande Lisboa.

Mercado francês: desafios e perspetivas

Apesar do mercado francês continuar a ser um dos principais emissores de turistas e receitas para Portugal, atualmente o 5º e 2º mercado, respetivamente, a AHP lembra que no desempenho do terceiro trimestre de 2024 se verificou uma redução de -3% em hóspedes e dormidas, confirmando a tendência
decrescente desde o início do ano.

De acordo com a análise da AHP Research, e apesar da diminuição em volume, o mercado francês destacou-se pelo elevado poder de compra, gerando receitas médias de 915€ por dormida – a mais alta entre todos os mercados emissores.

As regiões da Grande Lisboa, Norte e Algarve continuam a captar a maioria dos turistas franceses, com destaque para o Norte que recebeu 162,5 mil hóspedes. No entanto, foi também no Algarve e na Grande Lisboa que o mercado francês registou maiores quedas: -8% nos hóspedes e dormidas no Algarve e –
6% nos hóspedes e dormidas na Grande Lisboa. As regiões Centro e Madeira contrariaram esta tendência de contração, recebendo +6% e +4% de hóspedes franceses, respetivamente.

Contributo Económico

De acordo com o Banco de Portugal, as receitas provenientes do turismo estrangeiro atingiram 10,6 mil milhões de euros no 3.º trimestre (+8%), representando 24% das entradas de capital na economia portuguesa. O Reino Unido liderou entre os mercados emissores, gerando 1,6 mil milhões de euros, seguido de França (1,5 mil milhões) e Espanha (1,2 mil milhões).

Transporte aéreo

Os aeroportos portugueses movimentaram 21 milhões de passageiros (+1%), destacando-se Lisboa (9,9 milhões), Porto (4,7 milhões) e Faro (3,6 milhões). O tráfego internacional representou 82% do total do tráfego aéreo, com aumentos significativos em destinos como os Açores, que registaram o maior aumento percentual (+15%).