A AHP – Associação da Hotelaria de Portugal apresentou hoje os dados de mais um inquérito sobre o balanço do verão e perspetivas para o outono, realizado entre 25 de setembro e 10 de outubro, a 394 empreendimentos turísticos. Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da associação, fez questão de realçar que o Algarve foi a região “estrela” dos meses de verão (junho, julho, agosto e setembro), destacando-se com uma taxa de ocupação média de 88% e um preço médio (ARR) de 206 euros, acima da média nacional (81% e 161 euros, respetivamente).
Por meses, junho foi positivo, com uma taxa de ocupação (TO) média de 77% (acima dos 76% de igual mês de 2024), um ARR de 154% (superior aos 149 euros de 2024) e um revPAR de 119 euros (acima dos 113 de 2024). Algo que, explicou a responsável, resultados globais que se deveram sobretudo à subida do preço médio. Madeira (90%), Grande Lisboa e Algarve (ambos com 84%) destacam-se como as regiões com melhor taxa de ocupação neste mês. Do outro lado, apenas a Península de Setúbal caiu dos 81% para 80% de TO. No que diz respeito ao ARR, tanto a Grande Lisboa como o Alentejo registaram quedas ligeiras (de 181 para 180 euros e de 125 para 123 euros, respetivamente), e o algarve sobressai com um preço médio de 169 euros (em 2024 tinha sido de 156 euros). Por fim, no RevPAR, todas as regiões a “verde”, sendo que apenas o Alentejo se manteve igual ao mesmo mês do ano passado, e a Grande Lisboa sobe para os 151 euros (de 150 euros), logo seguida pelo Algarve que cresceu com força para os 142 euros (dos anteriores 122 euros), destacando-se aqui ainda Madeira, com um RevPAR de 140 euros (de 127 euros). As estadas médias tiveram uma tendência de diminuição em praticamente todas as regiões, algo que não foi surpresa para a AHP, à exceção do norte (2,0 para 2,2), Oeste e Vale do Tejo (1,8 para 2,1), Alentejo (1,9 para 2,1) e Açores (de 3,3 para 3,4). média nacional neste indicador foi de 3,0, sendo que somente os Açores, o Algarve (apesar de descer de 4,3 para 4,2) e a Madeira (de 5,4 para 5,3) conseguem superar. Em junho, Lisboa destacou-se quer pelo ARR como pelo RevPAR, ambos acima da média. No que se refere aos proveitos, 75% dos inquiridos consideram que foram melhores ou muito piores relativamente ao período homólogo de 2024, classificando-se aqui a Madeira no topo do ranking, mas também o Algarve.
Em julho, a TO nacional cresceu dois pontos percentuais, para 80% e, embora em algumas regiões (o caso da Grande Lisboa com 84%, Península de Setúbal com 85%, Algarve com 87%, Açores com 87% e Madeira com 91%) tenha ficado acima da média, Cristina Siza Vieira explica wue houve uma tendência de queda face a julho do ano passado. É exemplo disso o Alentejo, que quebrou na TO de 70% para 67%. No que ao preço médio diz respeito, a Grande Lisboa foi a única região a destacar-se pela negativa, descendo dos 171 para os 163 euros, evidenciado pela quebra também do RevPAR dos 139 para os 137 euros. Aqui o Algarve sobressai pela positiva crescendo dos 205 para os 222 euros. No RevPAR também o Alentejo é negativamente impactado, desta vez pela descida da TO, registando 87 euros, tal como os Açores, cujo revPAR se situou nos 123 euros. A crescer 17% esteve o Centro do país a nível do ARR, que foi de 107 euros. A nível nacional, a TO foi de 80%, o ARR 161 euros e o RevPAR de 129 euros, sempre crescimentos face ao mesmo mês do ano passado. Por fim, nos proveitos totais, 100% dos inquiridos da Península de Setúbal consideraram que forma melhores ou muito melhores do que em 2024. Já na Grande Lisboa, 58% dos inquiridos classificaram como melhores ou muito melhores os proveitos de julho, e 26% como piores.
Passando ao mês de agosto, a TO manteve-se estável em todo o país, com 85%, o preço médio a subir ligeiramente para 169 euros (168 euros em 2024) e o RevPAR a crescer dos 143 para os 144 euros. Cristina Siza Vieira afirma que a surpresa foram as quebras nas regiões dos Açores (na TO de 94% para 90%) e do Centro (a TO desceu de 78% para 66% e o RevPAR de 80 para 79 euros), sendo as restantes descidas “residuais”, como foi o caso da diminuição de 80% para 79% da TO na região do Oeste e Vale do Tejo, a descida do ARR de 140 para 139 euros na Península de Setúbal, que também caiu no RevPAR de 126 para 125 euros. Do outro lado, destaque para o Centro no que se refere ao preço médio, que aumentou dos 103 para os 120 euros, o que demonstra que está a competir para entrar no 2º lugar do ranking das regiões que mais crescem. O Algarve foi “campeão” na TO (93%), no ARR (256 euros) e no RevPAR (238 euros), “o que puxa média nacional para cima”, admite a vice-presidente executiva da AHP. Nos proveitos totais, 29% dos inquiridos da Grande Lisboa classificam-nos como piores ou muito piores.
Por fim, no mês de setembro, a AHP afirma que a surpresa foi a quebra de dois pontos percentuais na TO (que passou dos 84% para os 82%), com quebras regionais no Centro (55%), Oeste e Vale do Tejo (72%), Grande Lisboa (88%), Península de Setúbal(86%) e Açores (85%). Só o norte (de 77% para 79%), Alentejo (de 86% para 87%) e Madeira (de 91% para 92%) cresceram. Ao nível do preço médio, a nível nacional situou-se nos 169 euros (subida de 168 euros), com o Algarve (256 euros), a Madeira (192 euros) e a Grande Lisboa (que apesar de cair se situou nos 162 euros) a superaram a média nacional. No RevPAR, que desceu em média global dos 141 para os 139 euros, verificaram-se quebras também na Grande Lisboa (dos 147 para 143 euros), Península de Setúbal (dos 122 para 120 euros) e Açores (dos 132 para os 129 euros), destacando-se, no sentido contrário, uma vez mais, o Algarve (que subiu de 215 para 223 euros) e a Madeira (dos 162 para 177 euros).
Principais mercados
Tal como a AHP já antecipava, os principais mercados nestes quatro meses de verão não são grande surpresa. Para 81% dos inquiridos, Portugal está no cabaz dos três principais mercados, constando no TOP 3 de todas as regiões. 55% apontam o Reino Unido e 45% dos associados apontam os EUA. A Polónia surge no TOP 3 de apenas 3% dos inquiridos. Para Cristina Siza Vieira, surpreendente é alguma queda do mercado francês, indicado por 15% dos inquiridos como sendo um dos seus principais mercados.
Os EUA já constam do TOP de muitas as regiões: Grande Lisboa, Alentejo e Açores, estando como quarto principal mercado no norte e Madeira.
Não há dúvidas de que os EUA foram o mercado que mais cresceu (34%), seguindo-se o mercado interno (para 30% dos inquiridos) e Irlanda (para 11%). França registou a pior queda (para 28%), tal como Espanha (28%) e Brasil (18%).
Cristina Siza Vieira explica que existe uma grande circulação dos mercados intraeuropa e long haul pelo nosso país e que o mercado interno tem vindo a assumir uma importância crescente na economia dos empreendimentos turísticos nacionais.
No que se refere aos canais de reserva, a Booking continua a ser apontada por 96% dos inquiridos como sendo um dos três principais canais, seguindo-se o website próprio (78%). As agências de viagens perderam, este ano, “bastante expressão”, admite a representante da AHP, sendo que em 2024 44% as apontavam como um dos principais canais de reservas e em 2025 somente 35% o fazem, sendo esta a descida mais acentuada. A verdade é que na Madeira continuam a ter uma expressão muito grande (80% dos inquiridos), e na Grande Lisboa muito menor (somente 16%). O website próprio, nos Açores, é apontado por 88% dos inquiridos como um dos principais canais de reserva.
Por Inês Gromicho






















































