Agências de viagens e os desafios com formação, sustentabilidade e acesso aos fundos comunitários
Estes foram três dos tópicos que Miguel Quintas, CEO da Airmet e presidente da ANAV – Associação Nacional de Agências de Viagens, levantou à tutela, ainda antes da abertura do 20º Congresso da Airmet, que decorre em Angra do Heroísmo.
Num jantar que antecedeu a abertura do 20º Congresso da Airmet, e com a presença do secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, a formação, sustentabilidade e fundos comunitários foram os três temas enfatizados por Miguel Quintas como prioridades para o desenvolvimento do negócio das agências de viagens, pelo qual apelou à tutela do setor intervenção no seio do Governo.
Ao nível da formação, o responsável destaca que os agentes de viagens tiveram um êxodo grande de colaboradores durante a pandemia, o que resulta num problema grave para estas empresas, assim como para hotelaria, restauração, entre outros. Para Miguel Quintas, a formação é fundamental para garantir que há pessoas com capacidade correta e necessária para atender os clientes e, por essas razões, existe a necessidade de garantir que estes recursos humanos sejam bem pagos. Defende então Miguel Quintas que, “como consequência, é fundamental do lado do Governo e das autoridades competentes garantir que sejam desbloqueadas verbas para a formação. Falo em particular hoje, no país, onde só a região Centro permite apoios à formação paga para o setor do turismo”.
Ao nível da sustentabilidade, o responsável recorda a relevância de uma abordagem em toda a cadeia de valor, pois no contexto das agências de viagens a Diretiva Europeia lança uma necessidade de controlo das emissões de CO2 para a atmosfera, “e as agências de viagens serão provavelmente convidadas a colocar nas suas faturas o peso da pegada de carbono e a explicar o porquê do custo de cada viagem”. Indica o CEO da Airmet que “é importante que nós, enquanto agentes de viagens, estejamos envolvidos neste processo. Se esta transição não for feita com todos os stakeholders do nosso setor poderemos ter alguns problemas.”
Por fim, o acesso a fundos comunitários por parte das pequenas empresas também foi um dos temas alavancados pelo orador, indicando assim que é muito difícil para uma pequena empresa aceder a fundos comunitários e é difícil porque, a forma como estão estruturados os fundos, por exemplo o PRR, obriga a um investimento altíssimo para uma micro, pequena ou média empresa. Para Miguel Quintas, “é extremamente relevante que exista um apoio da tutela, quer na ajuda a colocar estes fundos, quer no acesso direto, com níveis de acesso de investimento mais baixos e acima de tudo na desburocratização do processo, que tem complicado a vida às agências de viagens”.
Por Pedro Chenrim, em Angra do Heroísmo, na 20ª Convenção Airmet